Santuário do Coração
Lá no fundo, bem fundo e milagroso de nossa vida, mora o santuário do coração.
Lá longe, onde a mente não alcança, os sentidos tremulam, e a luz constante afogueia a escuridão, mora nosso santuário do coração.
Na nossa vida,no passar dela, até seu ocaso, num dia sanzonal, você vai pousar no santuário do coração.
Se você é tão sozinho como os meus, se você se amarga com os pobres e desfeitos, com os descamisados, e com os de corações sufocados, verá que já está dento do santuário.
Se você é história pra contar, vida pra se viver, inspiração de todos os dias, encanto que arde o coração, verá que está entrando no santuário.
Se você vive o minuto que lhe resta propagando raízes de cor-jasmim, abonando dores, e vivificando desesperados, que a vida nos trás todos os dias, num prato, que a maioria rejeita, por convicção e desamor, você está às portas do santuário.
É lá que a vida pulpita e resvala para o interior da alma, e a faz mais viva e repentina, dona de todos os sentidos, sem permeios de medos, sem aparentes receios.
É ai que você começa a fazer parte do santuário do coração.
Se já perdeu tanto na vida - pouco se dá! Se já é fruto da humilhação - muito pouco se dá! Se já sentiu o sem sentido e foi perambulante, com vazios adornos magros no espírito: muito, muito pouco se dá!
Você já faz parte do Santuário do Coração!
Um lugar dos incríveis, dos serenos amantes, dos beijos incontroláveis, de luzes maravilhosas, de céus adornados por flores absintas e de cor novel.
Um lugar perdido no mundo e que vive dentro de você: - o santuário do coração, onde eu sou sempre árvore de crescer, flores de mesas, adornos de bonecas, tão férteis em beleza e encanto que medra os temerosos de glória!
Você acaba de descobrir o Santuário do Coração, que começa na minha agonia e termina na vida, por mim,por nós,pelo amigo, pela donzela amada, por todos, na caravana de fiéis e amantes, de ser bom e amado, lá dentro do nosso Santuário do Coração!
Santuário do Coração (II)
Ouvindo você toda vez, toda hora, assim de espírito aberto, vejo sua vida, aberta no santuário do coração.
Sei que lá nasce o sol e cantarolam pássaros, florescem arbustos coloridos, e bandeiras de paz tremulam ao vento.
Sei que lá é sua morada. Sei que arde em seu corpo o ardor pela vida.
Quando vejo os caldenses da nova era, misturados a nova ordem de angústia e caos, de desesperanças e solidão, me confundo entre o claro o escuro dos dois lados da vida.
Então,penso,justo em você, pois sei que sua estadia é no santuário do coração, e imagem sua nem espelho faz.
Sei que estou junto a você mesmo se a distância de mil jardas nos surprenda; mas procuro sua imagem que floresce nos campos que me fenecem de ternuras de antigas cantigas de ninar.
Sei que estou perto da verdade, quando mais longe estou dela, porque sua luz dorme em meu pranto, e me guarda de esperanças, me tira a sensação de pó quando chego no seu santuário do coração.
Lá não há partidas, e outroras.
Há risos de crianças, albergue dos vivos, fortaleza de amores.
Lá, viver é um dom, um acontecimento, um renascimento: um afogueio de esplendor e de vida.
No pórtico do santuário do coração o milagre se faz todos os dias. O justo milagre de renascer sem morrer, de jurar sem pecar, de ouvir sem falar.
Lá, você vive em mim, e já não é minha dúvida: é minha luz é meu santuário do coração.
Santuário do Coração (III)
Digo mulher! Digo e não passo! O que fez comigo, que me cativa? Você é nobre, é singular, Não se assustou com meus trapos?
Roço seus sentidos, e,uma nuvem de nome misterioso, me toma aquém de minhas forças, longe de meu poder.
Sou tomado e sugado pelos seus sentimentos, pelo seu arder de vida, pela volúpia, que não esconde, e sou tomado de você.
Sou você e disso não sabe. Não sei se você me perdoa pelo que digo, e se digo, digo de amor. Se calo, clamo de amor.
Posso pedir que não me falte?
Posso pedir lanjedouras de ouro, que me envolva de seu sonho.
Que guarda para o próximo rei, que, do pórtico de seu castelo,se aproxima?
Diga mulher, das esperas! É a nova era !
É um beijo dos eternos, destes que nos unem com bondades e acalentam o Santuário do Coração! (copyright @ 2012 - José Kappel )
Que as estrelas se rejubilem,mas igual aminha amadasó se acha por lá.
Rumo Atrevido
O rumo é atrevido e parado, a paz é suspeita, a dor agrura, de todos os lados.
Meias-paredes, fazem aparentes cortinas, zanzanadas pelo tempo.
Longo tempo de balbuciar ao vento!
Eu,agora cá, amorfo entre os lencóis sancristos, penso o que é a vida senão açoite !
Os milagres estão em descréticos.
Pelas longas horas de saber a vida me ensinou, lenta e vagorosa que os homens não são iguais mas extremamente desiguais.
surgem entre o desejo de ser rei e temem pelo medo de não serem reis.
Ah! mil léguas de dor! traídas pelo tempo!
Cujo, tem nome: é medo.
O corretor de guerras teme os alheios, e os visigodos pois podem perder a marmita de ouro que lhe são entregues todo o tempo.
Perco a hora mas não perco pela honra ! E zera o tempo, e faz costume de areias perdidas ! O rumo é atrevido e parado, a paz é suspeita, a dor agrura, de todos os lados.
Meias-paredes, fazem aparentes cortinas, zanzanadas pelo tempo.
Longo tempo de balbuciar ao vento!
Eu,agora cá, amorfo entre os lencóis sancristos, penso o que é a vida senão açoite !
Os milagres estão em descréticos.
Pelas longas horas de saber a vida me ensinou, lenta e vagorosa que os homens não são iguais mas extremamente desiguais.
surgem entre o desejo de ser rei e temem pelo medo de não serem reis.
Ah! mil léguas de dor! traídas pelo tempo!
Cujo, tem nome: é medo.
O corretor de guerras teme os alheios, e os visigodos pois podem perder a marmita de ouro que lhe são entregues todo o tempo.
Perco a hora mas não perco pela honra ! E zera o tempo, e faz costume de areias perdidas !
A Taça e o Vinho
Hoje comprei duas estrelas,
O Corcel, a Areia e o Vento
A véspera de seu início
Era a véspera do meu deserto,
E a vida costuma passar de repente,
É quando vesga do céu
Sou despovoado
Era a vez do meu deserto,
É quando tudo fenece,
Zero no Escuro
Se o assunto é abismo é coisa de graça: coisa dos fáceis.
Pois você está falando com o pulo, o vôo, a queda, o zero de escuro.
Lá o céu é azul, laça o vento cálido, e as rochas reluzem, cor de aço.
Se o assunto é abismo, meu caro amigo-anil, está falando com ele mesmo: com gente sem raiz.
Se fui é prá não mais voltar.
Dedal e espelho, linha grossa, linha fina, o poeta vai sem luz, vai agora para o mais fundo!
Empina!Retro!Mundo! Ave, três vezes: e já estou igual a um parafuso lá no fundo: perto do desespero!
(Poesia dedicada à Ticiana)
Trás o Doce que eu Levo o Amor
Se faço doce, faço a moça, se desenho o feito derramo o leite.
Faz de conta e conta uma, duas, dez... histórias de três ou quatro reis e rainhas encantados, todos de doces e de prumo enfeitados.
Enquanto eu faço o doce desenho o feito você faz o leito que eu benzo com fogo nossa feitura de amor plantada num jardim mágico, onde vive você linda moça.
(Poesia dedicada à Ticiana )
Mágoa Tem Nome
Mágoa sem tamanho!
(Poesia dedicada à Ticiana )
José Kappel
Enviado por José Kappel em 15/02/2023
Alterado em 23/11/2023 |