José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos















O senso estético da tatuagem

 

 

 

A pessoa que se tatua é acima de tudo um ser humano que quer se distinguir do demais, um pessoa que necessita se sentir única e encontrar uma forma de se diferenciar.

 

A Psicologia nos explica que o desejo de aprovação social nos faz expor ao mundo nossas crenças e uma das formas mais comuns de se fazer isso é através das tatuagens.

 

Falo com tranquilidade: tatuagem também é arte! Apesar de socialmente ainda carregar preconceito, existe claramente um senso estético nos desenhos e pinturas que a pessoa carrega na pele.

 

O poeta Carpinejar fala que na vida nós não temos tempo de passar a limpo e por isso precisamos caprichar no rascunho.

 

É assim que vejo a força do aqui e do agora da tatuagem, afinal todas elas tem um significado. Mas mais do que isso, elas tem uma história significante. Mesmo que impermanente.

 

E por falar em inconstância, quem de nós não se submete a modismos? Por que crucificar alguém que quer se sentir mais atraente do jeito dela?

 

A natureza efêmera do tempo pode ser marcada pelas mensagens pessoais cicatrizadas na pele.

 

Quando nos tatuamos reforçamos nossa identidade própria. O orgulho de ser quem é. Além disso buscamos o reconhecimento do mundo, o reconhecimento de ser único.

 

Na tentativa de chamar atenção e tornar-se atraente a tatuagem muda o padrão mental da pessoa, e mesmo que temporariamente, eleva a sua autoestima.

 

A cicatriz eterna que fica é sinônimo de alegria, sofrimento, orgulho e expressão. Definindo assim uma parte da própria identidade.

 

 

O que a tatuagem transmite?

 

 

Hepatite, aids, infecções causadas por fungos e bactérias, reações alérgicas, melanoma, hanseníase.

 

E essas são apenas algumas das doenças e problemas de saúde que podem ser causados por tatuagens .

 

Há casos de choque, provocado por produtos tóxicos, tétano, doenças sexualmente transmissíveis e tuberculose.


Quem gostaria de injetar alguns gramas de verniz de carro sob a pele? Ou um pouco de fuligem resultante da combustão de petróleo ou alcatrão?

 

Provavelmente ninguém. Mas isso é o que recebem todos os que se deixam tatuar. "Os pigmentos para tatuagens contrastantes e de longa duração foram desenvolvidas para cartuchos de impressora e tintas de automóveis", revela Wolfgang Bäumler, professor do Departamento de Dermatologia da Universidade de Regensburg, em entrevista à DW.

 

Acima de tudo, as tintas de tatuagem não foram desenvolvidas para estar sob a pele. Grandes empresas químicas fabricam toneladas de pigmentos coloridos, principalmente para fins industriais; empresas pequenas os compram e transformam em produtos para tatuagem.

 

"As substâncias nunca foram testadas para aplicação subcutânea", diz à DW Peter Laux, do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR) em Berlim. "A própria grande indústria diz que, na verdade, os pigmentos não são feitos para isso." 

 

Wolfgang Bäumler acrescenta que as tintas de tatuagem precisam ser "brutalmente insolúveis em água". Isso já torna a prática perigosa, pois o corpo não tem como se livrar facilmente delas.

 

De acordo com um recente estudo americano, apenas dois terços dos produtos utilizados nas tatuagens permanece sob a pele: o restante se espalha pelo corpo.

 

"As substâncias vão para o sangue, para os nódulos linfáticos, os órgãos, e vão parar em algum lugar. Onde, exatamente, não se tem ideia", relata o dermatologista.

 

Os produtos químicos para as cores vermelho, laranja e amarelos são compostos azólicos – substâncias orgânicas com uma má reputação, que costumam desencadear alergias.

 

Algumas delas, como o Pigment Red 22, podem se decompor, se a tatuagem for exposta á luz solar, diz Bäumler. Os compostos resultantes são tóxicos e cancerígenos.

 

Compostos chamados ftalocianinas, que resultam em azul e verde brilhante, geralmente contêm cobre e níquel.

 

Também nos pigmentos marrons com óxidos de ferro, muitas vezes há presença de níquel.

 

O metal provoca alergias de contato em muitas pessoas e é proibido em cosméticos. Nos produtos para tatuagens, contudo, ele continua sendo frequente.

 

Tatuagens pretas, por sua vez, são feitas com derivados de um material chamado Carbon Black. Ele nada mais é do que fuligem industrial, produzida quando a indústria química queima petróleo, alcatrão ou borracha.

 

No entanto os especialistas salientam que não só as cores são perigosas. "Além dos elementos corantes, produtos para tatuagem podem também conter outras substâncias, como solventes, espessantes, conservantes e diversas impurezas", adverte o BfR.

 

De acordo com Peter Laux, impurezas são a regra, não a exceção. "Os departamentos regionais de diagnóstico se queixam regularmente sobre a qualidade química das substâncias para tatuagem que eles controlam."

 

Entre essas impurezas, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são particularmente perigosos.

 

Formados durante as combustões incompletas, também na produção de fuligem, muitos são comprovadamente cancerígenos.

 

Nas tintas pretas para tatuagem, estão muitas vezes presentes em concentrações acima do limite recomendado.

 

"Consta que os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos se desprendem continuamente durante o processo de tatuagem e se espalham pelo corpo. Os níveis medidos são um risco sério à saúde e segurança dos consumidores", adverte o BfR.

 

Laux acrescenta que "também há no mercado substâncias para tatuagens que cumprem os requisitos". No entanto, é difícil para o consumidor definir qual substância é boa e qual não.


( https://www.dw.com/pt-br/not%C3%ADcias/s-7111/ -Tätowierung (UGC)Tätowierung (UGC) / Psicólogo Luiz Cezar / Foto pertencente a Top Tatuagens em Youtube )

 


 

A grande pergunta que fica  é o porquê  que autoridades médicas no Brasil não se pronunciam sobre o assunto ?

 

Porquê ninguém diz nada ou orienta os que querem se tatuar ? No artigo acima, feito numa revista alemâ, o profissional diz que todos que quisessem  se tatuar não haveria perigo, desde que orientados por médicos.

 

O consumidor não tem capacidade de distingir os tipos de tinta que serão usadas.

 

A boa notícia é que todos que querem se tatuar poder fazê-lo sem perigo para a saúde desde que as tintas aplicadas  sejam liberadas por Instituto Médicos, ou profissionais da saúde. 

 

Mas tem um negócio no Brasil, chamado de Política,  que trava todo o processo. Tatuagem não dá voto.

 











 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

O que vamos fazer hoje? 
Tomar aguardente juntos? 
Resolver os insolventes? 


Remodelar o princípio da coisa 
e transformá-lo em secundário? 


Tornar os vigentes passivos 
e os ativos em guaritas 
de tomar conta! 
 
Vamos fazer nada 
só de brincadeira? 


E deste rebuliço 
entrar no de 
fazer amor permitido? 
 
Nada de sensatez. 
Isso dá trabalho! 
 
Consumo de atitude 
solidária: eu sou 
o positivo,você 
terá que ser o negativo,
para a coisa dar certo. 
 
Mas que coisa? 


A coisa que está 
perto dos lábios.
 
Quando der o choque paramos 
e começamos de novo a tocar 
a sorver e tocar em
 fios dos proibidos. 
 
Até a coisa cansar! 
 
E falando em amor: 
onde está você agora? 


Está sozinha arranhando 
um monólogo,
ao som a orquestra,
que serve brandy 
sem cor? 
 
Perdeu o fio da meada? 
Ou está escondida? 
 
E se se escondeu, 
só pode estar, 
agasalhada ao meu lado 
com cobertores 
de brandy.


Nosso brandy é
alcacuz, doce
e suntuoso e lá no final
 é longo
e desiquilibrado por baunilhas.

 

Mas somos nós,
que geramos a luz,

e o alcaide tonto,
próximo a um copo
de puro brandy.

 


 

Escreve o Nome da Vida

 

 

 

Pulo pra lá,
pois venho de lado,
puxado pelo vento,
carregado de flores.

E, na rua, me perguntam:
- é pra todo dia?
Eu falo, esperto,
nem aqui, nem lá,
pois digo:

são  as únicas
lembranças que
 me deram nesta
esquisita passagem
pela Terra.


Mas,
Sou latônio,sem parcerias,
 com esquina de duas mãos,
floresço no jardim
de duas colheitas .

 

Lá fora de mim
chamo o povo pelo nome,

mas não me atrevo a

escrever o nome da vida.

 

Atiço!
Borrifou inocência !

 

Cativou outro passional,
e foi viver a dois
a solidão de mulher
com outra flor
que jamais conheceu o sol !

 

Você passa como
fogos de artifícios,
lampeja, e depois morre
sem vez,
nos campos de lua.

 

Você passa no fundo
do baile,
e faz a orquestra entoar
um pouco de lírico -
coisa que abasteceu de
vida - nossas mãos
até ontem - dia de vinténs.

 

Você é fraca,
depois é forte,
você é luz
e derradeira paixão.

 

Você entoa a flauta
e a arca.Você vem do
outro lado do bem,
das casas dos arautos.

 

Você reflete a água límpida,
e arqueja-morena, ao sol,
você vive duas vezes,
mas, em nenhuma delas,
quis, sequer,
ficar perto de quem te
inveja!

 

Sou eu, por perto,
rondado suas saias
e suspeitando do que
há um lado
e outro lado
e acaba no ocaso.

 

Eu dou passos pra lá,
e você dança eufórica e já,
no sonhos do coração,
do partido de amor e sem canção.

 

Já não sou o vigor dos eternos,
sou passo fundo,
que chafurda no amém,
esperando um dia, acabar,
esperando um dia, começar.

 

Se a flauta entoa
então já sou canção
de despedida, e resto
da nota vespertina dos
pássaros
esquecidos, nesta
concertina manhã
sem maestro !

 

Neste caos organizado,

abre a porta de flores

e tenta dizer o nome da vida !

 


 















 

Ás Vezes Sim, Às Vezes Não

 

 

 

às vezes tem
dia,
mas não tem
noite.

às vezes
tem mulher
e tem muito
homem.

às vezes
tem amor
mais não tem
mulher.

às vezes tem
muito homem
para uma
só mulher.

ás vezes tem
muita mulher
para uma só
mulher,
roubada do
homem que morava
sem fé.

às vezes
tem fé sobrando
e ateus
fumando.

tem também
gente viva
que mais
parece morta,
logo ali na
porta
dos angustiados.

às vezes tem
afago
demais
e amor
de menos,
tudo
muito magro.

às vezes
tem amor
de
menos
e sexo
demais.

às vezes
há coisas
que tem futuro,
noutras
nadam
somente
no escuro.

tudo
fantasiado
de muita
gente.

às vezes
tem floresta
e não tem mato,
tem homem
e mulher,
enrolados
neles,
de fato !

às vezes
tem parcos
marionetes
nas mesas
de mulheres
que se
encharcam.

às vezes
tem tudo
isso
e não tem
nada.

mas ao lado
de cada copo,
tem um homem
falido
e uma mulher
ferida.

e pra resumir,
às vezes
nós somos tudo,
e não somos nada.

 

















Cobertores Laminados de Puro Brandy

 

E se é assim,
faço por chegar.
Que venha a tralha,
o buliço e a corda.
Que me levem também!

De que vale tanta terra
semeada só de solidão ?

Foi quando a vida me deu um desbote!
E me levou pro fim de seu mundo
que é do tamanho de um pequeno
coração amargurado.

 

Depois sonhei com o puro brandy

que levou para um tempo

que não marca horas,

mas lá te cobrem com cobertores laminados.

 














 

 
















 

Aquela que Habita em Mim

 

 

 

tudo começou
porque o
destino
quis
e, se não
quisesse
aconteceria
de novo,
com terno
de aceno,
com lenço
branco de
despedida,
com a mulher
de entraves
a dizer;
vá ou fique,
homem de deus,
mas no tempo,
não fique
a rodar
feito pássaro
feliz !

sonhar
agora
nem vale a pena,
dá dor
e cobre de poeira.

os poucos
anos
já lavados,
que fizemos
juntos,
um pouco
de vida
sem saber,
era onde
tudo
pulsava.

uma zoeira!

hoje mais
homem,
meio criança,
chego na rua
de nós dois
e só vejo
grandes cimentos
sem sombra
de jardins,
ou riachos,
cimento de verdade,
puro,
erguido pra arder
de saudade
quem um dia
viveu por lá.

e, agora zonza
por calçadas
de pura alvenaria,
sombras de gente
chegada à
ordem da
temperança!

azar
dos feitos!
sou nascido
mas peco
ao falar.

um dia,
tal qual o sol
e certo
igual à lua,
tudo vai
nascer em outro,
onde vão contar
a mesma história,
onde vão irradiar
nascedouros de
ouro.

e juro!
ao partir,
vou sozinho
travando
no caminho
de roça,
minhas
roucas lembranças
minhas vestes
de andarilho
coberto de falta
de amor e
rasgos de
carinho.

azar!
mas não
sou ferino!
sou
peregrino!

azar!
errei!
por gostar
de jasmim,
mas
finjo que passo ,
mas sou corda
de laço
e fita de descolorida
e sem fim.

 

 












(Poesia dedicada à Ticiana )

 

 


 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 08/02/2023
Alterado em 14/11/2023


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