Uma Grande Confusão
de um lado me aparteiam
mas sei o que sou,
dúbia aventura: do outro
eu a enlaço no sonho
história esquisita, ah! vida encravada ! mas que eu sei que sei, minha alma vivo no calmo, onde não sei em resumo, não tem resumo, tem uma grande confusão, onde vive o caos do amor. Flor da Neve Faz Meu Leque de Amor
Meus pés são de barro e nem por isto, homem de folia. Calço 50, homem de botas largas. E quantas eu disse e quantas a toquei,e as perdi. E falávamos apenas de coisas fagosas e desaparecidas, como o pó e o tempo.
Quem é de lá sabe de onde vim. Se morreu, morreu pra sempre. Envolta numa casca de noz - cansada de anos, toda picada de avestruz. De perto era uma festa de solidão. De longe boneca enfeitada de barro. Se morreu morreu pra sempre. E morreu bem, não foi notícia pra ninguém. E quem disse que tudo são duas portas?
Se é doce é de mamão, se é cor é de fantasmas. Fogem pelo corrimão e enfrentam sonhos gentis. E se morreu, morreu calada e triste, mas morreu bem.
Época de Mary Quant - onde repousam tesouros. Calça larga nem pensar. Corridas aos botequins, padarias, empórios. Dia de batata doce. Nos engenhos, pés de barro, saias bordadas, bem fundo no pé. Beijos só em refugos. Nas abóbodas de luz. Santo não vêm em casa. Palha, buscapé, batata doce, pois amores de verdade só nos fundos do engenho.
Veste o véu na casa rota. Corre à terra com brilho vestal. Faz do homem, um parceiro e trás o calmo pra plantar. Veste o sol, escorre de neve o sal, mas volta pra casa pra plantar.
Bebe vinho junto ao barro. Faz as medidas do pai, pois sonho bom não vêm. Se divide em quatro partes e toma as medidas do pai.
E lá estão morrendo em dueto, o pega-pega, o bonde, o facho, o caubói das três. As estátuas fazem colo e a boa linhaça da juventude não abre mais portas.
Faz a roda que eu danço. Torto, mas danço, mas não me devorem com suas fomes. Do barro faço o pés, caço aprendizes da fome e ensino-os a beijar a terra. Faz a roda que eu danço, mas de mim não faz a fome.
Cem anos na sombra e ela nem perguntou meu nome. Queria um cordão de ouro, um cruxifixo de marfim e uma caixa de música. Como não tinha dono, tirei a foto, bebendo vinho num cetro de ouro. Mas na sombra fiquei - cem anos e vão lá e nem perguntam meu nome.
E quanto mais tempo passa, mais poço e fundo ele fica.
Uma coisa leva à outra. A mesa leva à toalha, mas o vértice ao quadrado. Bate três, sem coelho e sem cão. Chegam John e Scott e soltam pólvora. Adormecem no colo de Ava, Débora, Brigite e Ava. Ah! Pipocas trás o primo desdentado. Um sonho azul, meio belga. Robin e Marian de bruços catam uvas. Mae West , de branco se sufoca nos braços de Jack. Não é sonho . E todos dizem : "avante John, duela", trás meu sonho de volta.
Sai do barro às seis em ponto, com oito músicos de cada lado,um mecânico, um pão, uma botelha de vinho. Ela, vestida de pano, me levou, sem graça, sem pagar. Perto do seu abismo me serviu torta de leite e mingau de trigo e mandioca. Mas no brejo, descalso, fiz ela rainha de todos os sermões e dona de todos os pecados. Se sobrou, foi em vão.
E estas lembranças do tempo de barro, de calças curtas já estão na soleira da porta. Pedem para entrar. São rascunhos de memória curta. E ela na cadeira de cedro, vestida de rosa me pediu pra sair. E da porta, passa a carrocinha e leva tudo. Ninguém mais entra, ninguém mais sai.
De mim só restam lembranças de pés de barro. Ninguém mais entra, ninguém mais sai.
Letra em Torto
Se é verso que te faço
Agora vou quieto para a casa do sol de ontem !
Mesa dos Esquecidos
Vôo, mas não é meu plano,
E faço por ela
Sintonias de saudade:
De tudo ela levou
A metade de seu rosto
E no sereno do mar galeu,
E tudo se apruma
E me fere,
Se você segue,
E se algum dia
Bela, Com Afrescos de Amor
Sou montanhês de dois
Não que seja bravo, Me ruivo ao rodopiar
Sou simples e rudimentar. Não sou de fugir
Os pásaros se rebuliçam,
Não conheço vales, nem campos,
Por isso se me procurarem Digam apenas que nada viram
Fugi, fugi de todos
Se vivo só, vivo augusto,
Mas se me virem,
Se sou assim, sou assim.
Reino Sem Rei
sou valente
AS TORRES DE CALINO
faz tempo, faz tempo você tá lá, distância então faz assim: e ai a gente faz a rima eu chamo você E no soar os sinos de Calino, a gente vai compreender que a vida tem dois lados e nós não moramos nem lá, nem cá, pois só vivemos na face morena do desamor. Mistura de Álcool e Café
Os muros não foram feitos para unir, foram criados para serem ardoses do desespero.
Se na hora das seis horas, criei um, foi de boa vontade e de total propósito.
Você, agora, fica lá e eu aqui.
Você navega pro rio eu vou pro mar.
Eu sento ao oeste e você badeja seus cabelos ao sudeste.
Pois a vida é assim quando não se pode amar com flores e latência, constrói-se mesmo um muro bem largo, e de cimento grosso .
E você passa a viver pra lá e eu pra cá.
Posso não entender mais o amor rarefeito que você me dá.
Mas entendo de argamassa e cimento.
E se puder vou morar nele, como ninho, igual a um pássaro.
Mas você, você, um dia era uma coisa.
Você, um dia virava outra coisa.
Um baile que fez na minha vida.
Fez uma mistura de caos, e criou álcool com café, no nosso amor rendado de agruras.
Faz do Puro Branco a Coberta de Nosso Amor
Flores de caminhar, Trilhas cobertas de névoa Faço por ali minha direção, se falo lá perto ouço o canto fico à espera é só ela, que bela! ela me pois agora não choro mais (Poesia dedicada à Ticiana ) José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/02/2023
Alterado em 20/06/2023 |