José Kappel

Um amor sobrevive a outro amor

Textos


me completei,

virei figurinha

fácil, torno de terra

de ninguém,

espada sem véu,

sem entrelaços

de mãos,

sem coisas para pensar.

 

no todo,

me desabei !

 

me completei e

sou apenas um

número

na galáxia de sonhos

com adornos

de meia luz,

rotundas

e negras.

 

já vou,

falar pra quê?

 

aconteceu

o que já esperava

desde criancinha -

o sozinho.

 

e isso me amedronta,

pois

virei bolha de ar,

espumante, mas

assim mesmo

indiferente

dos passantes

que vivem do vento !

 

agora

sou jardim mecânico

que funciona

à beira

da fúria.

 

me contento esmerado

e ferido

por bala,

de chumbo.

 

um dia

vivi

de jasmim,

copos de mardim

e mundos

ultrapassados.

 

troquei até

figurinhas

com os

maltratados.

 

basta,

me vou.

 

a única coisa

que me amedronta

é ir sozinho.

isso lá é igual

enfrentar garras de onça

na primavera da

vida.

 

mas que vida ?

me jogaram uma vida.

e mal sei o que

fazer dela !

 

e isso lá

bem poderia

ser um

sonho,

mas não é.

 

é pura

verdade

do que  o

meu

não seria  !

 

estou na garras

da onça,

não há volta,

morreram as idas.

 

agora, só falta

o bote que me mata

e sufoca meu sonho

de amar !

 

me completei,

virei figurinha

fácil, torno de terra

de ninguém,

espada sem véu,

sem entrelaços

de mãos,

sem coisas para pensar.

 

no todo,

me desabei !

 

me completei e

sou apenas um

número

na galáxia de sonhos

com adornos

de meia luz,

rotundas

e negras.

 

já vou,

falar pra quê?

 

aconteceu

o que já esperava

desde criancinha -

o sozinho.

 

e isso me amedronta,

pois

virei bolha de ar,

espumante, mas

assim mesmo

indiferente

dos passantes

que vivem do vento !

 

agora

sou jardim mecânico

que funciona

à beira

da fúria.

 

contento esmerado

por bala,

de chumbo.

 

um dia

vivi

de jasmim,

copos de álcool

e mundos

ultrapassados.

 

troquei até

figurinhas

com os

maltratados.

 

basta,

me vou.

 

a única coisa

que me amedronta

é ir sozinho.

isso lá é igual

enfrentar garras de onça

na primavera da

vida.

 

mas que vida ?

me jogaram uma vida.

e mal sei o que

fazer dela !

 

e isso lá

bem poderia

ser um

sonho,

mas não é.

 

é pura

verdade

do que  o

meu

não seria  !

 

estou na garras

da onça,

não há volta,

morreram as idas.

 

Agora, só falta

o bote que me mata

e sufoca meu sonho

de amar !

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 24/11/2022
Alterado em 24/11/2022


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