Coisas da alma,
sobretudo dos espíritos,
meia-água de perdão,
que invade agora
nossa solidão.
Estar junto já
vale pouca coisa;
é como beber
um vinho doce
e no fim se perder
no armário de sal.
Não foi por mal,
foi a engrenagem da vida:
uma hora pra frente,
outra pra trás;
sem maldade
apenas ela tinha piedade.
A gente vê as coisas
cairem
como um dia sombrero que
se esvai,
como as pétalas amaciadas
das figueiras se deixam
e se partem ao vento.
Era um amor, cheio
de lacunas,
e flores
mas sobrevivia no bambo,
e
veio o vento sem nome,
e nós se perdemos,
perdemos tudo,
que deixamos de ser feito.