Enquanto
os campos de flores urgir
o passadiço tempo,
enquanto nenhum navio
largar o porto,
e as senzalas da dúvida
perdurarem entre os presos
tortos,
tenho certeza que não
abandonarei você.
E, se, de repente,
o tempo humano bramir
sua inconstância
e aventar a guerra dos
anos,
e ver minha juventude sorvida,
voando igual ao arco e a flecha,
montarei guarda medieval
à sua porta.
E, se mesmo o amor morrer,
Estarei lá!
Absorto ficarei,
guardando sua vida choupana,
o áspero de sua ânsia,
o quanto
seu amor esbelto e ávido
me lembra
o corso do nosso amor
vivido !
Mas é tão difícil entender
a vida,
é tão difícil viver a vida,
porque, no final,
entra o tal tempo
no meio
e divide em partes.
E o tempo
não tem vida.
No final,
Eu fui perdendo,
adornado
de madressilvas,
e vendo
você chegando,
sem nada entender
desse tempo de
ocasos, sempre
batido
pelo supremo esperar
pelo vento de ninguém !