Assim sou eu:
filho de dois pares,
de pai ferreiro e
mãe dengosa.
Por isso,
sou só isso,
e sou assim.
De dia sou sonhador,
mas sem posição definida.
À noite sou pescador
de almas,
caço,para alimentar
meu espírito.
Vou levando minha vida
igual a ave ensinada:
falo quando tenho que falar;
me calo, quando, só quando de dor,
corrói meu peito.
Assim,
de afagos estou
precisando.
Pois de vazio e solidão
faço minha mala
e vou tentar outro.
Outro mundo que não rabisquem,
toda hora,
a fuga dela,
no meu caminho
de bem !
(Poesia dedicada à Ticiana )