vivo no tempo,
da total
preferência:
morre um aqui,
sou eu a carregar,
abate acolá,
sou eu a levantar.
todos a dizer
segura esta mulher
que não quer te amar.
vivo assim,
de um largo
a um ponto,
sem restos,
sem fantasias.
vivo assim,
sem vôo
marcado,
mas tenho linha:
cumpro
o que mandam
e ainda,
sou capataz
de músicos,
faço cantos
e abrando
os
solitários
pelo caminho.
sou ninhada
de três;
me criei no rasgo,
e nunca me uni
com a bendita
mulher bela,
apinhada
de vestidos
de reza.
vivo do tempo
e da preferência.
se você ver
alguém na rua
assim: meio torto,
vago,disperso,lento,
sou eu,
mas veja de perto
e bem rápido!
com luas
de papel,
a carregar vivos
e mortos
pelas esquinas
dos loucos!
E virei caminho dos tortos
pois cada dia
um bate à minha porta.
em vão,
e todos querem saber
da mesma coisa :
o que fazer com a danada da solidão !