Tiro o laço,
ponho a corda, faço a fita sem cor, mas neste jardim pra colher um beijo é faina de gigante, ou de bravo conquistador. Por isso ficava angustiado, minha cabeça girava igual zona, toda hora era aquela premência e ansiedade, pois ela era mulher que um dia seria minha vida. Era considerada, nas conversas de sexo, a mais rígida e anversa! Durona ! Sempre às pressa ! Um dia parti o laço, e corri de sua sombra afainada, e procurei uma mãe-de-santo, e ela aconselhou: para seu caso ela tem que sentar em dois ovos quentes e dar um grito, que ela ficaria, a partir dai, mansinha...bem mansinha... e você ganharia o amor desta afainada ! Fiz o que fiz: levei pro encontro dois ovos fresquinhos e quentes, quando ela bobeu pus os ovos debaixo de sua saia. Aquilo estalou, ela gritou, igual a um animal parindo, que chamou a atenção de todo mundo da casa e todos saindo, mas correndo. Zebrou! Veio o irmão dela,impoluto, pensando que eu estava matando a mulher incorrupta ! e acertou direto,com o pé, meus simples e queridos ovos. Eu também gritei de dor. E ficamos nós dois gritando de dor. Eu com dor nos ovos, ela lambuzada de ovos. Uma faina de ovos ! Agonia dos passionais! Moral da história: fiquei sem a mulher, ela nunca mais quis saber de mim, era bem uma decisão bem alentada ! pois de ovos, eu, quase aleijado ela bem queixada de puros ovos assombrados ! Tudo...tudo... por puro amor e por acreditar no sobrenatural. Eu, agora sem mulher e ela correndo até hoje de ovos de qualquer cor ! Só vendo ! José Kappel
Enviado por José Kappel em 13/07/2017
Alterado em 01/03/2019 |