Natal Não é Assim Não
todo mundo está pensando
que este negócio de natal é assim; não é assim, não! é um negócio complicado que a gente não pode deixar de ir carregando; dor e alegria acabam se misturando. dá dor ao pensar, mas tem saint paul pra rezar. vira pra cá, vira pra lá, a gente se envolve na coisa, e acaba igual árvore bem iluminada, por luzes, ora ferrenhas de tristes, com pequenos rasgos de alegria, numa mistura letal. é porque, porque é, é assim: eu não posso rir de largar, mas eu me deixo, lentamente, chorar. fatos à parte natal é festa ! congraça daqui, abraça de lá, mas, lá no fundo, imediatamente. eu volto ao passado carregado de brumas e poucos raios de sol. pô!o ser humano tem lá suas desvantagens, e acontece quase todos os dias do ano: você bate de fraqueza, ou também é julgado por pensada banida saudade. no natal piora, são beijos, abraços, querências dos feitos. como dizer: no natal você é tudo você é nada. mas, nesta história, que não quero alongar, pois tudo é festa, muito categórica, não posso de deixar de ir pro canto, escondido das raízes da alma, e chorar de manso. choro pelo pai que se foi, pela mãe bordada de ausência que partiu, e pelo irmão, precoce, atropelado pela eternidade. por isso natal é tudo isso e não é nada disso, não. natal é alegria, tem remoros e muita festa. mas tem também um pouquinho de dor, daqueles que eram nossos e foram brincar de eternidade com deus.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/05/2006
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